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A Obesidade e o Síndrome do Ovário Policístico

O Síndrome do Ovário Policístico é o distúrbio endócrino mais comum entre as mulheres na idade reprodutiva e apresenta uma incidência mundial estimada de cerca de 4% a 12%. A presença deste síndrome afeta a fertilidade e a saúde mental, cardiovascular e metabólica.
É classificado como um síndrome, pois é uma condição muito heterogénea e nem todas as mulheres expressam todos os sintomas associados à doença.
Hiperandrogenismo – Ocorre um aumento da produção de androgénios que pode causar acne, excesso de pêlos faciais e corporais (em zonas que normalmente ocorrem nos homens) e alopecia (queda cabelo).
Ciclos menstruais irregulares ou sem ovulação – Ausência de menstruação ou ciclos superiores a 35 dias
Ovários policísticos – Presença de múltiplos quistos nos ovários
A resistência à insulina é muito comum neste síndrome e a sua presença é independente à obesidade, contudo agrava com o excesso de peso e obesidade. Existe um risco aumentado do desenvolvimento de síndrome metabólica e diabetes tipo 2.
Relação com a Obesidade

As mulheres com obesidade apresentam um fenótipo da doença mais severo com ciclos menstruais mais irregulares e maior risco de infertilidade, abortos, hipertensão, dislipidemias, intolerância à glicose, diabetes tipo 2, diabetes gestacional, bebés prematuros e hiperandrogenismo mais severo.
Em mulheres com excesso de peso ou obesidade, a perda de peso através de uma alimentação saudável e exercício físico devem ser a primeira linha de intervenção.
Os estudos demonstram que a perda de peso diminui a resistência à insulina e melhora a regularidade do ciclo menstrual e ovulação, tendo assim um efeito positivo na fertilidade e saúde metabólica.
Com uma perda de peso de 5% a 10% é possível melhorar a maioria dos sintomas, contudo em pacientes com obesidade severa é necessária uma perda de peso de 25% a 50%
Nas pessoas em que as alterações no estilo de vida sejam insuficientes para perder o peso desejado, pode ser necessário recorrer a tratamentos de obesidade através de terapias medicamentosas, endoscópicas (balão intragástrico ou sleeve endoscópico) ou cirurgias bariátricas.