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Obesidade: uma questão de genética?

A prevalência da obesidade tem aumentado a um ritmo alarmante em todo o mundo nas últimas décadas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é descrita como uma “epidemia global”. Uma das principais causas apontadas para esta tendência são os fatores genéticos, mas será que podemos responsabilizar os nossos genes por esta epidemia?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a obesidade raramente é causada apenas pelos nossos genes. A obesidade resulta de uma relação sinérgica entre os nossos genes e fatores ambientais.

Na maioria das pessoas, a predisposição genética para a obesidade é de origem poligénica, ou seja, resulta da ação conjunta de vários genes. Por si só, a genética tem pouco impacto no desenvolvimento da obesidade sem a presença de fatores ambientais promotores.

Apesar da maioria das pessoas poder apresentar alguma predisposição genética para a obesidade, esta predisposição só se torna relevante quando conjugados com fatores ambientais promotores, tais como:
Elevada disponibilidade e ingestão de alimentos
Diminuição acentuada da atividade física durante o trabalho, atividades domésticas e tempos de lazer
Aumento do tempo sentado em frente a monitores/telemóveis ou outras atividades sedentárias
Aumento da ingestão de alimentos altamente processados e de elevada densidade calórica
O estilo de vida e o ambiente em que vivemos têm mais impacto do que os nossos genes.
A contribuição dos genes para o desenvolvimento da obesidade é pequena, enquanto que a contribuição do meio ambiente é enorme. Os genes podem determinar quem está mais predisposto, mas é o ambiente que determina quem se torna efetivamente obeso.
É por isso que os esforços de prevenção da obesidade devem concentrar-se na mudança dos hábitos alimentares e no estilo de vida.
Tratamento da Obesidade
As terapias endoscópicas bariátricas são uma nova linha de tratamento de obesidade que incluem os balões intragástricos (normal e ajustável) e gastroplastia endoscópica (método Apollo e método POSE). Estas técnicas endoscópicas são menos invasivas que a cirurgia bariátrica e proporcionam em média uma perda de peso de 20%-25% do peso total.